Skip to main content

Saia da fila do Caravaggio e vá se divertir de verdade

(10.09.2012)

Antes que comece a enxurrada de groselha: todo mundo aqui ama o Caravaggio, mas eu precisava chamar a sua atenção para a exposição mais interessante que está acontecendo em São Paulo. E não é o Caravaggio no Masp e nem os maravilhosos impressionistas no CCBB (e nem as insuportáveis filas que os acompanham). A dica para o próximo fim de semana é: fuja do mainstream e vá conhecer o trabalho genial do venezuelano Carlos Cruz-Diez, que está com uma exposição solo robusta e vistosa na Pinacoteca, meu canto favorito da cidade.


Logo na entrada você dará de cara com uma instalação que dá um gostinho de tudo o que vem pela frente. Nas laterais da “caixa”, um adesivo apenas nas cores verde, vermelho, azul e preto, que quando olhado “de canto” mostram cores que não estão ali. Difícil entender? Mais difícil explicar. O público e os seus olhos são parte essencial da obra de Diez. A mágica só acontece quando você está na frente da tela.


As poucas imagens que coloco nesse post são meramente ilustrativas, a experiência é essencial. Cruz-Diez é considerado um dos maiores artistas da arte cinética mundial, e fica bem fácil entender porque. A sua coleção de obras não exige nenhum background cultural para ser admirada. Crianças, idosos, críticos de arte ou mestres de obra, qualquer insígnia cai por terra diante do encantamento de um dos elementos mais básicos da arte. A cor invade o espaço e se transforma diante do movimento e dos olhos do espectador, sem nenhum símbolo ou grande significado por detrás da cortina.


Mas de básico a obra de Cruz-Diez não tem nada. Começou seu estudo de cores junto ao movimento cinético das décadas de 50 e 60, demonstrando de forma conclusiva que os eventos cromáticos não estão associados a forma. Um série de estruturas espaciais, ou “cromoestruturas” dão origem a fenômenos que conhecemos como “Fisicromia”, “Transcromia”, “Indução Cromática”, “Cor Aditiva” e “Cromosaturação”.


Vou parar antes que a descrição te desanime. Minha dica é: pegue o metrô até a Estação da Luz, ande ali para se lembrar da São Paulo de outrora, toque o piano quebrado, dê uma volta pelo parque da Luz e não se incomode com a vizinhança pouco amistosa. Por fim, entre na Pinacoteca e se delicie, porque é impossível sair dali sem se tornar fã desse cara que não está nenhum degrau abaixo do grande mestre Caravaggio.


Mas fique atento porque a mostra vai até o dia 23 de setembro. Dá pra conferir de terça a domingo das 10h as 18h, e o ingresso custa 6 reais. As quintas e sábados é de graça :)

Source : www.ideafixa.com - Janara

By continuing your navigation on this site, you accept the installation of cookies on your computer, in accordance with our privacy policy. More information